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Samuel Soichet, Saul Antelman e Waldemar Rosenthal

Samuel Miller Capitão de Longo Curso da Marinha Mercante, participando da 2ª Guerra Mundial, foi companheiro de viagem de Jacob Niskier e David Leon Rodin, por ocasião do conflito mundial, e primo em segundo grau de Adio Novak. Residiu em Brasília, onde colaborava como Diretor Jurídico da Associação dos Ex-Combaténtes do Brasil. Recebeu a Medalha de Serviços de Guerra com 3 Estrelas, outorgada pelo Presidente da República. Samuel Safker Samuel foi Cabo da FEB tendo embarcado aos 22 set 1944 integrando o QG do General Olympio Falconiere da Cunha, e retornado em 22 ago 1945 integrando a Tropa do QG da 1ª DIE - Divisão de Infantaria Expedicionária. Residia no Rio de Janeiro, onde faleceu aos 81 anos em 27 dez 2001. Samuel Soichet Samuel era Aspirante a Oficial R/2 formado pelo CPOR/RJ. Médico de Niterói, levou seu violino e entre um e outro aténdimento empunhava o instrumento em pleno front. Consta ter sido médico da FEB. Quando dos acontecimentos que marcaram a Declaração da Independência do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, Samuel teria se incorporado ao nascente Exército de Israel, a Haganá, onde teria atingido a paténte de Major durante a Guerra da Independência. Foi realizar uma bolsa de residência médica nos Estados Unidos, e acabou radicando-se naquele pais, onde faleceu. Como tantos universitário da década de 40, Samuel cursou o CPOR – Centro de Preparação de Oficiais da Reserva. Nos idos da década de 20 O bravo Coronel Correia Lima teve ele uma idéia avançada para o Brasil da época, que iria se provar acertada até hoje, revelando-se em toda a sua magnitude durante a Segunda Guerra Mundial, quando metade dos 800 tenentes da FEB era R/2, a mocidade do CPOR. Lançou a ideia pioneira, de convocar os alunos das faculdades para cursar um centro de preparação, dos quais sairiam como oficiais da reserva. Desde logo obteve a adesão dos alunos da Escola Politécnica, não fora ela a precursora do ensino militar no Brasil, já que naquele mesmo prédio do Largo de São Francisco fora instalada por D João VI em 1810 a Academia Real Militar, da qual descendem hoje em linha direta o IME, a AMAN e a atual Escola Politécnica na Ilha do Fundão. Com efeito, a mesma placa comemorativa mandada fundir pelo Exército em 1960 ano do sesquicentenario, situa-se no Realengo, no IME, na AMAN e no Largo de São Francisco. E daquele prédio, ao lado da Cruz de São Francisco, sairiam nove expedicionarios para a FEB, fato até hoje ali lembrado pela estatueta do Estudante de Engenharia Expedicionário, ao lado da Bandeira Nacional na sede da Associação dos Antigos Alunos da Politécnica. No histórico quartel da Quinta da Boa Vista, onde hoje está instalado o belíssimo Museu Militar Conde de Linhares, ao longo de 35 anos, de 1931 a 1966, o Exército Brasileiro formou a sua Reserva Aténta e Forte, no CPOR do RJ. “Da Universidade à Linha de Frente” dali saíram os Bravos Discípulos de Correia Lima, no dizer da Canção do CPOR o nosso fundador, patrono e guia Seu descortino para a época era incrível. A idéia de reunir estudantes das faculdades para construir uma reserva de alto nível para o Exército trouxe importante aporte para a Força Terrestre, como se confirmou por ocasião da II Guerra Mundial, quando os Oficiais R/2 foram chamados a compor expressivamente os efetivos da gloriosa FEB - Força Expedicionária Brasileira, como líderes de fração de tropa nos combatés na Itália. Deste quartel, somando-se aos oriundos de São Paulo, Recife, BH e SSA partiram mais de 400 tenentes para integrar a FEB. Nos campos da Itália, entre tantos soldados brasileiros tombados no cumprimento do dever, 12 jovens tenentes honraram o juramento de defender a Pátria se necessário com o sacrifício da própria vida, dos quais meia dúzia eram oriundos dos quadros dos CPORs, os Tenentes: Amaro Felicíssimo da Silveira; Ari Rauen; José Belfort de Arantes Filho; José Jerônimo de Mesquita; Márcio Pinto; Rui Lopes Ribeiro; que repousam no Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, tendo seguido os passos do patrono, honrando o legado deixado por Correia Lima. Muitos mais se destacaram mercê de bravura excepcional demonstrada em combaté,como o legendário Major Apolo Miguel Rezk, herói maior dentre os ex-alunos do CPOR, outros felizmente ainda se encontram entre nós. Dia de glória para o histórico quartel da QBV, um ícone da nossa comunidade R/2, prédio neoclássico construído em 1920, no Governo Epitácio Pessoa pelo então General Rondon, Diretor de Engenharia do EB, onde tantos cursaram, e de onde alguns em um dia já distante do ano de 1944 partiram rumo ao desconhecido, para sob a bandeira brasileira, defender a democracia e a liberdade mundial nas montanhas geladas da Itália. E entre eles estavam Samuel e mais um punhado de correligionários, que com garra e patriotismo seguiram para a Itália, a enfrentar o duplo perigo. Saul Antelman Saul nasceu no Rio de Janeiro aos 03 dez 1921, filho de Isaac e Maria Antelman. Moravam na Rua 24 de Maio, estação do Riachuelo, onde Saul se alistou no Tiro de Guerra nº 140, da 1ª Região Militar, conertendo-se no Atirador numero 123 da classe de 1939. A guerra iria estourar em 1º de setembro do mesmo ano. Como reservista pelo TG 140, turma de 1939, Saul foi convocado em 1943. Serviu no I RCD, II RMM, QG da I DIE, atingindo a graduação de Cabo QMG 02 Cavalaria, QMP 001 – Combaténte, durante a Campanha da Itália no período de 06 out 1944 a 11 ago 1945, com 2 anos 5 meses e 29 dias de tempo de serviço militar de 02 mar 1943 a 31 ago 1945. Saul embarcou para a Itália no navio americano de transporte de tropas MARIPOSA, em 22 de setembro de 1944, integrando o QG do General Falconieri, retornando em 22 ago 1945 com a mesma unidade. Por ter participado das operações de guerra na Itália, David foi condecorado pelo Presidente da República com a Medalha de Campanha pelos relevantes serviços prestados ao esforço de guerra. Saul trabalhou na Cia T. Janer, foi o seu segundo emprego após retornar da Itália e onde se apresentou como contador, formado pelo Instituto Comercial do Rio de Janeiro, em fev/1943. Tradicional empresa, Saul aparece no ambiente contábil que hoje não existe mais, onde inúmeros profissionais dedicavam a escriturar a vida das empresas, nas antiga máquinas mecânicas de contabilidade. Saul foi reformado em 17 jul 1979, e residia na Barra da Tijuca, no Rio, onde faleceu aos 21 / ago / 1999, aos 77 anos. Waldemar Rosenthal Waldemar nasceu no Rio de Janeiro aos 20 ago 1921, filho de Julio e Rebeca Rosental. Durante a guerra integrou a 1ª Batéria do 2º Grupo de Artilharia de Dorso, a qual em 1942, após a declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo deslocou-se de sua sede em Jundiaí – SP para São Sebastião, no litoral paulista, formando com o 2º Batalhão do 5º Regimento de Infantaria de Lorena - SP o Destacamento Militar de Defesa da Área Litorânea do Estado de São Paulo, área de alto risco como valor estratégico nacional, protegendo São Paulo, o mais pujante estado da federação. O QG estava sediado no porto de São Sebastião, de onde coordenava as operações de patrulhamento, vigilância e defesa da soberania nacional. O Destacamento estava subordinado ao Comandante da Segunda Região Militar, General Mauricio José Cardoso. Como Comandante da Guarda do Porto, o Sargento Waldemar prestou honras militares por ocasião de uma visita de inspeção do General. Relata ainda ter conhecido o Major Severino Sombra de Albuquerque, que lhe indagou se era judeu. Foi um breve contato, que impressionou Waldemar pelo olhar firme e simpatia afável do Major, que declarou ele mesmo ter ancestralidade judaica, acreditando descender de cristãos-novos. No mesmo ano, o Major Severino Sombra iria ser nomeado membro da Comissão Mista de Defesa Brasil -Estados Unidos no Pentágono em Washington, composta de delegados brasileiros e americanos das três forças singulares, estabelecida em 1942 para executar o planejamento de Estado Maior para defesa mutua do Hemisfério Ocidental. Anos depois o General Severino Sombra iria ser presidente do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil e criaria uma Universidade em Vassouras, que hoje leva seu nome. Nesta cidade o casal de historiadores Egon e Frieda Wolff em suas andanças pelo Brasil em pesquisas históricas sobre judeus e cristão novos descobriu um terreno vazio nos fundos da Santa Casa, atual Asilo Barão do Amparo, onde estavam sepultados dois judeus falecidos em meados do século XIX. Com apoio da Prefeitura e diversos entusiastas entre os quais o paisagista Burle Marx, que elaborou o projeto, e o General Professor Severino Sombra de Albuquerque, então presidente da Fundação Universitária Severino Sombra, foi erguido o Memorial Judaico de Vassouras onde repousam Morluf Levy e Benjamim Benatar, ambos de origem marroquina falecidos em 1879 e 1852, hoje um monumento histórico integrante do circuito turístico da cidade. Foi então formado o Memorial Judaico de Vassouras, sob a presidência de Luiz Benyosef, que até hoje cuida da manutenção e preservação do Memorial. A fase em que Waldemar serviu na 1ª Batéria era de tempos incertos, em que a ameaça nazista ainda era significativa, antes que as derrotas na frente russa e na África afastassem do horizonte uma possível invasão nazista na costa brasileira, não indo além dos cruéis torpedeamentos de nossos navios mercantes na guerra submarina que Hitler mandou desencadear conta o Brasil, nação pacífica e neutra. A quinta-coluna alemã estava ativa no Brasil, informando secretamente aos submarinos a posição de nossos navios. A espionagem nazi-fascista foi responsável inclusive por afundamentos de navios brasileiros em mares do Caribe. O imenso Teatro de Operações em solo pátrio, correspondendo ao extenso litoral e as ilhas oceânicas foi guarnecido desde 1942, muito antes portanto da FEB iniciar operações na Itália. Waldemar serviu em áreas virgens e inóspitas do litoral paulista, àquela época zona endêmica de malária, infestada de protozoários e anofelinos, sem infra-estrutura e sem matérial adequado. Apenas pouco antes da FEB partir os Estados Unidos passaram a fornecer matérial moderno, inclusive uma parte sendo levada diretamente para a Itália onde nossos soldados tomaram contacto pela primeira vez com aquele armamento. Poranto, a unidade defrontava-se fora de sede com matérial precário, barracas envelhecidas e sem serviço médico-veterinário para a cavalhada - que tinha unidade hipo-móvel -, o material tracionado penosamente por muares em terrreno encharcado de difícil locomoção. As comunicações eram antiquadas, apenas telégrafo Morse e sinalização manual. Não existia posto médico já que o mais próximo era em Caraguatatuba. Entretanto, reinava na tropa elevado nível moral, cívico, patriótico, espírito de renuncia, abnegação e altruísmo, nas palavras de Waldemar deixadas em diário conservado pela família. O Presidente da República concedeu ao 2º Sargento Waldemar Rosenthal a Medalha de Guerra, por ter cooperado no esforço de guerra do Brasil. Passou para a Reserva como 1º Tenente, falecendo no Rio de Janeiro em 2003.


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