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Miguel Grinspan, Akiba André Levy e Georges Schteinberg

Miguel Grinspan Soldado do 1° Batalhão de Guardas (Batalhão do Imperador); 1° Aniversário da Vitória Aliada na Europa, V – E Day - 8 de maio de 1946; Desfile em Londres da Representação do Brasil; Soldado do BG viaja para Londres e desfila na Parada da Vitória.

O sonho do jovem Miguel Grinspan era alistar-se para prestar o Serviço Militar, mas a Guerra acabou antes, impedindo que ele se tornasse um Soldado da FEB. Porém estava escrito que seu destino o levaria também a cruzar o oceano envergando o uniforme do Exército Brasileiro, para uma missão igualmente gloriosa. Miguel servia no Batalhão de Guardas, tradicional unidade de elite sediada na Av Pedro II em São Cristóvão, sempre convocada para prestar as honras militares a autoridades nacionais e estrangeiras. Nas fileiras do BG, Miguel prestou continência ao Presidente da República, Ministros e Generais. Em 1946, ao realizar-se em Londres a Parada da Vitória, todos os Aliados mandaram representações, sendo o BG a tropa naturalmente escolhida para representar o Exército Brasileiro. A representação incluía 8 homens da Marinha, 8 da Aeronáutica e 8 do Exército. A viagem ocorreu em maio/junho de 1946, sendo a delegação transportada no Navio Transporte de Tropas Duque de Caxias da Marinha do Brasil. Chegando em Lisboa permaneceram três dias, em seguida deslocando-se para Bordeaux na França, onde deixaram o navio, embarcando de trem para Paris. Em Paris pernoitaram na École Militaire e no dia seguinte seguiram para Londres, atravessando o Canal da Mancha. O comandante do navio ficara preocupado com a alimentação em Londres, fornecendo a cada um 5 quilos de açúcar, 5 quilos de feijão, 5 quilos de arroz e 5 quilos de café, mas em todo o período que lá estiveram nada faltou à Delegação. Como não houve necessidade de utilização, a reserva de alimento gentilmente cedida pelo comandante do navio foi repassada a família Kruel, que durante o período da guerra não recebera nenhum alimento típico brasileiro. Em Londres a Delegação foi recepcionada pela Embaixada brasileira, cujo adido militar era o General José Pessoa. Instalados no Hyde Park em barracas, cada qual recebeu cinco cobertores, pois apesar de ser primavera fazia muito frio. Tiveram a honra de receber a visita do grande estadista Winston Churchil no acampamento, com charuto e chapéu o qual trocou um aperto de mão com o comandante. Miguel desfilou em continência a Família Real Britânica, Chefes de Estado como Churchil e Attlee, Marechal Sir Mountbatén, o Herói de El Alamiem, Marechais Alexander e Smuts, e ainda na aposição de uma coroa de flores diante do Tumulo do Soldado Desconhecido, na Abadia de Westminster. Nas históricas fotos do Correio da Manhã e A Noite, Miguel aparece envergando o uniforme verde escuro da época, com cinturão e bíbico, e orgulha-se até hoje de ter também representado a Comunidade Israelita Brasileira naquela significativa parada, assim como tantos outros correligionários que envergaram os gloriosos uniformes da FEB, Marinha do Brasil, Marinha Mercante e FAB. Findo o desfile da Vitória, o retorno se deu em uma aeronave da Força Aérea Inglesa (RAF) até Gibraltar, onde o Duque de Caxias os aguardava. Houve uma parada em Recife e finalmente o desembarque no Rio de Janeiro, a querida cidade maravilhosa. Miguel aparece desfilando diante do Palanque, na Abadia de Westminster, com soldados gregos de saiote e em passeio com colegas por Londres. Síntese biográfica de MIGUEL GRINSPAN NASCIDO EM 31/12/1924, RIO GRANDE DO SUL, SANTA MARIA DA BOCA DO MONTE. DE 1930 A 1940 VIVEU EM NILOPÓLIS ONDE CURSOU O PRIMÁRIO E POSTERIORMENTE A ESCOLA TÉCNICA PROFISSIONAL VISCONDE DE MAUÁ,EM MARECHAL HERMES. 1946 - SERVIÇO MILITAR NO BATALHÃO DE GUARDAS, EM SÃO CRISTÓVÃO. POR OCASIÃO DO DESFILE DOS ALIADOS DA 2ª GUERRA MUNDIAL, REPRESENTOU O EXÉRCITO BRASILEIRO EM LONDRES PRESTANDO CONTINÊNCIA A RAINHA DA INGLAtéRRA. 1970 FORMOU-SE BACHAREL EM DIREITO. MONTE SINAI – SÓCIO FUNDADOR. 1998- ELEITO PARA O CONSELHO DELIBERATIVO DA FIERJ (FEDERAÇÃO ISRAELITA DO RIO DE JANEIRO). PARTICIPOU DO GRUPO DE TRABALHO DE PEQUENAS COMUNIDADES DA FIERJ: FRIBURGO, CAMPOS DE GOYTACASES, PETROPOLIS,NITERÓI E TERESÓPOLIS, TENDO ORGANIZADO EXPOSIÇÃO DE FOTOS, DOCUMENTOS E OBJETOS. 2007- ELEITO 1º VICE PRESIDENTE DO MEMORIAL DE VASSOURAS. DIRETOR DA CRISPUN MAT. DE CONSTRUÇÃO S/A EM 05.11.2007 APRESENTOU PALESTRA SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL COM PRESENÇA DE VETERANOS DA FEB E HISTORIADORES MILITARES, UMA PARCERIA DO MEMORIAL JUDAICO COM A UNI RIO ¨- PRESENÇA JUDAICA NA CULTURA BRASILEIRA¨ NO AUDITÓRIO DA UNIRIO A AV.PASTEUR,458 URCA. e) Ex-Combaténtes Judeus de Nações Amigas no Brasil 5 Veteranos Akiba André Levy Natural de Sidi – bel – Abbès, Argélia, Akibanasceu em 05/fev/1927, engajando-se voluntariamente na Marinha Nacional Francesa como Marinheiro de 2ª Classe Mecânico, durante toda a duração do conflito mais 3 meses. Inicialmente serviu no Aviso “La Boudeuse” baseado em Casablanca, e posteriormente no Cruzador “Jean Bart” de 06 jun 1944 a 10 fev 1945. Possui a Medaille Comemorative Francais de La Guerre 1939-1945, com barreta “Engage Volontaire”, Croix Du Combatant Volontaire avec Barrette “Guerre 1939-1945” e o Diploma de Reconhecimento pelos Serviços Prestados a França, concedido pelo Secretaire d’Etat a La Defense Charge dês Ancies Combattants. Na vida civil trabalhou na Cables de Lyon, uma empresa do Grupo Alcatél. Em 1949 emigrou para o Brasil, onde hoje possui uma indústria eletrônica em Pouso Alegre – MG. É membro da Association Francaise dés Anciens Combattants a Rio de Janeiro, tendo participado do último Desfile Militar de 7 de Setembro no Rio de Janeiro, onde ele e outro veterano Frances, Jean Wittmer, foram os dois únicos representantes de Nações Amigas a participarem. Georges Schteinberg Sargento da Armée de l’Air (Força Aérea da França Livre). Morto em Combaté aos 22 out 1943. Georges Schteinberg era Sargento do Groupe Lorraine de Aviação. Sua família emigrou da Rússia para a França, onde Georges nasceu. Posteriormente a família foi para o Brasil, de onde Georges se alistou nas Forças Armadas da França Livre, sediadas na Inglatérra. Sargento Georges Schteinberg, da Força Aérea da França Livre, condecorado post-mortem com a Croix de Guerre avec Palme, por Decreto de 12 de janeiro de 1945, assinado em Paris pelo General De Gaulle. A citação da Medaille Militaire descreve Georges como excelente metralhador, alistado desde a primeira hora na Armée de l’Air, no 1º Esquadrão do 20º Grupo de Aviação - Lorraine. Seu avião foi atingido por pesado fogo de artilharia antiaérea na costa holandesa, quando excutava uma missão de bombardeio a baixa altitude sobre a Holanda ocupada. Após efetuar uma missão de bombardeio rasante sobre uma fábrica de aviões próxima a Roterdam em território ocupado, a 22 de outubro de 1943, com um motor em chamas, projetou-se ao solo. Agraciado post-mortem com a Medaille Militaire avec Palme, o diploma está assinado de próprio punho pelo Gen De Gaulle. O documento cita George como tendo uma morte gloriosa frente ao inimigo. Durante décadas uma cruz esteve sobre a sua tumba no cemitério militar frances na Holanda, até que o irmão pode providenciar a troca pela Estrela de David. Sua sepultura no cemitério militar frances na Holanda exibiu durante 4 decadas uma cruz (reportagem de 7 / maio / 1976 na revista israelense 7 Iamim: “Cruz na Sepultura de Herói Judeu”, quando Sr Octave Schteinberg, 75 anos, residente na Tijuca, visitou um outro irmão que mora em Israel), até ser substituída pela Estrela de David na decada de 80. Em volta, pode se ver inúmeras cruzes com a placa “Français nonidentifié”. Do Brasil cerca de 140 franceses, dos quais 20 a 30 exibem nomes judaicos seguiram de fev / 41 a set / 44 para lutar na II Guerra Mundial. Uma placa no terceiro andar da Maison de France homenageia os que morreram em combaté, onde figura o nome de Georges Schteinberg, Z”L. Os nomes constam do livreto Action des Comites France Libre au Brésil, 1940-1945. Um retrato do General Charles De Gaule abre o livreto, com uma dedicatória de próprio punho: Au Comite des Francaises du Brésil, (ilegível) C. De Gaulle 25/06/42 O irmão de Georges, Octave Schteinberg, viveu algum tempo na Colônia da ICA em Resende, abandonada por baixa produtividde agrícola. As terras foram desapropriadas pelo Pres. Getúlio Vargas, juntamente com outras fazendas da região, para que nelas fosse erguida a Escola Militar de Resende, atual AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras. Como na colônia existiu uma sinagoga, pode-se concluir que uma terra sagrada permeia de bons eflúvios aquele estabeleceimento de ensino militar que forma Oficiais para o Exército Brasileiro. Octave Schteinberg residia na Tijuca tendo falecido em 2007, mas os documentos que colocou a disposição da Comissão permitiram recuperar a memória do irmão junto a AFAC – Asociation Francaise dês Anciens Combatants de Rio de Janeiro, identificando assim quem foi Georges, cujo nome figurava em placas no Consulado na Maison de France e no Mausoléu dos Franceses no Cemitério São João Baptista, sem que o seu sacrifício fosse conhecido. Muitos outros nomes, vários judaicos, aguardam nas placas e no Mausoléu que deles venha a ser removida a pátina do tempo, que a tudo recobre. No 11 de novembro, data do Armistício da I Guerra Mundial, a AFAC promove uma visita ao Mausoléu, com honras militares prestadas por uma Guarnição da Marinha do Brasil.


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