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Capítulo 9 Dia da Recordação dos Heróis e Mártires do Holocausto tled

Domingo 15 de Abril de 2007 às 10 h MNM2GM - Monumento Nacional aos Mortos da 2ª Guerra Mundial Homenagem ao Soldado Desconhecido

A FIERJ – Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, em nome da comunidade judaica fluminense, com a colaboração da Administração do MNM2GM celebrou cerimônia recordatória e Ato Cívico com a Participação de Civis e Militares em Homenagem ao Soldado Desconhecido Brasileiro e aos Heróis que tombaram no Levante do Gueto de Varsóvia, no exato local onde aos 22 de dezembro de 1960, o Presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira recebeu das mãos do Marechal João Batisa Mascarenhas de Moraes, Comandante da Força Expedicionária Brasileira, uma urna com os restos mortais de um soldado brasileiro desconhecido, morto em combaté durante a 2ª Guerra Mundial. A partir de então, naquele local passaram a ser prestadas as homenagens aos bravos que sacrificaram suas vidas no Holocausto da Pátria por ocasião da segunda Guerra Mundial. Tal ato recordatório visou que a data tivesse maior alcance junto a Sociedade Fluminense, marcando efeméride tão significativa, colaborando para que principalmente as novas gerações sejam educadas a lutar contra o racismo, preconceito, ódio e intolerância, com os valores humanos e morais desta ação imprimindo marcante efeito positivo junto ao grande público. Durante a Segunda Guerra Mundial, tanto o Brasil quanto a Polônia, ainda que ocupada, combatéram um inimigo comum: o Nazismo. No caso da Polônia, as forças que defrontaram os nazistas eram semi-regulares, ou seja, a resistência polonesa, cuja expressão máxima se deu no Levante de Varsóvia (1944), e a Organização Judaica Combaténte, que lutou bravamente no Levante do Gueto de Varsóvia (abril de 1943). Portanto o Dia do Soldado Polonês, também comemorado em agosto no MNM2GM e o Dia da Recordação dos Heróis e Mártires do Holocausto guardam estreita correlação com a homenagem aos Soldados Desconhecidos Brasileiros: estas 3 forças lutaram pelos mesmos ideais de democracia e liberdade, contra o mesmo inimigo. Dia 15 de abril de 1943 marcou o início do Levante do Gueto de Varsóvia. Nesta data rende-se uma homenagem aos Mártires, vítimas indefesas do Holocausto, e aos Heróis que tombaram resistindo em luta desigual. Após 27 dias a batalha final ocorreu na Rua Mila 18, o bunker que abrigava o Posto de Comando da ZOB – Organização Judaica Combaténte. O Levante do Gueto foi o primeiro na Europa dominada pelos nazistas, e inspirou o grande Levante de Varsóvia de 1944, desta vez de toda a população da cidade. Em tributo a revolta, 19 de abril foi escolhido para simbolizar o Dia do Holocausto e do Heroísmo. É também um dia de orações em memória aos 6 milhões de vítimas civis do Holocausto. Assim, neste Monumento que homenageia os brasileiros mortos na Segunda Guerra, a FIERJ prestou homenagem a estes bravos, associando-a também às vítimas e heróis do Holocausto, lutadores contra o mesmo inimigo nazista, apondo uma coroa de flores junto ao Túmulo do Soldado Desconhecido, com a finalidade de homenagear e manter viva a imagem dos heróis que, no anonimato, lutaram até o sacrifício da própria vida. Participaram Autoridades Militares, Veteranos da ANVFEB e Conselho, Veteranos das Nações Amigas (Polônia, Inglatérra, França, EUA e Bélgica). Representações Militares, Representações Governamentais, Diretoria da FIERJ, entidades da comunidade judaica e um grande público de mais de 200 pessoas. A emoção tomou conta de todos, quando o Corneteiro executou o Toque de Presença de Ex-Combaténtes, já que encontravam-se presentes nesta solenidade ex-combaténtes da FEB, prestando assim a merecida homenagem àqueles que com sacrifício, bravura e glória, souberam defender a honra da Pátria e os ideais de liberdade e democracia. Em homenagem ao soldado desconhecido a banda executou o refrão do monumento, de autoria do ten Paulo de Paula Pimentel, quando todos os militares presentes prestaram a continência individual. Foi colocada uma coroa de flores junto ao túmulo do soldado desconhecido brasileiro, simbolizando com este gesto o reconhecimento ao soldado brasileiro que como os heróis do levante do Gueto de Varsóvia sacrificou a sua vida em prol da liberdade, enquanto a banda executava a canção do expedicionário. Foi acendido o candelabro com 6 velas em respeito à memória das vítimas, simbolizando os 6 milhões de desaparecidos no holocausto. O corneteiro executou em seguida o toque de silêncio, enquanto uma chuva de pétalas de rosas caia sobre a plataforma do monumento, sendo prestada a continência ao soldado desconhecido simbolizando o respeito e o reconhecimento a todos os que morreram em combaté na Segunda Guerra Mundial, pela restauração da liberdade e da democracia no mundo. A banda de música executou brilhantemente o o hino dos partisans, relembrando o sacrifício daqueles heróis que tombaram pela liberdade. Foi a primeira vez que uma banda militar execcutou o Hino dos Partisans, no Brasil. O encerramento com o Hino Nacional Brasileiro galvanizou os presentes a esta histórica cerimônia, que marcou época e que doravante deverá ser realizada anualmente, sempre recordando o heroísmo e o martírio tanto das vítimas e heróis do Holocausto quanto das vítimas civis nacionais e bravos militares brasileiros. Ao final as autoridades presentes assinaram o Livro de Honra do Monumento e os presentes visitaram o Museu e Mausoléu. Aleksander Henryk Laks Uma das figuras mais carismáticas presentes foi um Sobrevivente do Holocausto, o Sr. Aleksander Henryk Laks (que veio a falecer em julho de 2015). Natural de Lodz na Polônia, o Senhor Laks foi prisioneiro do Gueto durante quase toda a II Guerra Mundial, executando trabalho escravo infantil. Em agosto de 1944 com 17 anos foi deportado para o Campo de Extermínio de Auschwitz, tendo sobrevivido milagrosamente até 27 de janeiro de 1945, data em que o Campo foi libertado. Esta data foi designada pela ONU como o Dia Mundial da Lembrança do Holocausto. O Senhor Laks imigrou para o Brasil após a guerra. Foi naturalizado, tendo filhos e netos brasileiros, atuando ainda como Presidente da Associação Brasileira dos Sobreviventes do Holocausto – Seção Rio de Janeiro. (Sherit Hapleitá, em hebraico). Em vida, dedicou-se a ministrar palestras em escolas, universidades e eventos. Autor do livro “O Sobrevivente – Memórias de um Brasileiro que Escapou de Auschwitz”, editado pela Record em 2000, com várias reedições e prefaciado pelo Pe. Jesus Hortal Sanches, SJ, Reitor da PUC-RIO. O Senhor Laks costumava autografar o livro com a mensagem “Que o meu passado não seja o futuro de ninguém”. Especialmente nos dias que correm, quando lamentavelmente retornam as mesmas ameaças de fanatismo e intolerância, é fundamental manter viva a memória do Holocausto. A pretexto de uma pseudoteoria racista que discriminava minorias, pretendendo-as inferiores, foram exterminados ignominiosamente milhões de seres humanos inocentes, entre judeus, ciganos, deficientes físicos, homossexuais, doentes mentais e dissidentes políticos. As palestras do Sr. Laks enfatizavam valores humanísticos e morais, mostrando a importância da defesa dos direitos humanos, negação do preconceito, racismo e intolerância, temas fundamentais para professores e estudantes em geral. São mensagens de alerta e esperança em tempos melhores, a fim de evitar que tais fatos possam se repetir, que via de regra muito sensibiliza os que a assistem.

Hino dos Partisans (Combaténtes da Resistência Judaica) Letra: Hersh Glick (1920-1944) Música: Dimitri Pokras (1889-1978) (Tradução livre do yiddish pelo Autor)

A execução do Hino dos Partisans por uma Banda Militar foi um acontecimento único não só no Brasil, mas queremos crer, em todo o mundo. Apenas em Israel temos conhecimento de que o Hino é executado por bandas militares em cerimônias realizadas no Yad Vashem em Jerusalém, o instituto e museu que preserva a memória do Holocausto.

Nunca digas que este é o último caminho... Ainda que nuvens de chumbo toldem o azul do céu.

Chegou a hora que tanto esperávamos. Marchando ao som dos tambores - aqui estamos! Da terra de verdes palmeiras ou coberta pela branca neve, viemos com dor, mas determinação. Onde quer que nosso sangue seja derramado, há de brotar nossa fé e valor. Um dia o sol brilhará sobre nós, enquanto o inimigo desaparece no passado. Mas se a alvorada tardar demais a chegar, que esta canção seja uma bandeira, de geração em geração. Ela não foi escrita com tinta, mas a sangue. Não é o canto de um pássaro em liberdade. Um povo entre muralhas que tombam, cantou esta canção de armas na mão!

Dia da Recordação do Holocausto e Heroísmo Domingo 15 de abril de 2007 no MNM2GM (Fotos de Jayme Finkel e do Autor)

Sr Laks ladeado por dois jovens do Movimento Juvenil Hashomer Hatzair,Sergio Niskier, Presidente, o Autor, Sra Helena Honigman, Diretora de Eventos, Claudia Grabois, Diretora de Inclusão Social e Da. Lea Lozinsky e Eng Jayme Salim Salomão, Vice- Presidentes da FIERJ.

A flor branca emergindo do arame farpado simboliza a esperança de dias melhores para a Humanidade.

General Beraldo, Major Elza Cansanção Medeiros, Enfermeira da FEB, o Autor e o Tenente R/2 de Artilharia Luiz Eugenio Bezerra Mergulhão, da Associação de Ex-Alunos do CPOR/RJ e Grão Mestre do Esquadrão Tenente Vaz.

Em segundo plano, entre os já citados, de paletó branco o Veterano da FAB Sandoval Alvarenga.

Grupo de jovens de movimentos juvenis com Sr Laks e Diretores da FIERJ.

Sr Alexander Henryk Laks sobrevivente do Holocausto, acende uma das 6 velas evocativas dos 6 milhões de mártires do Holocausto. Ao fundo a representação da Associação dos Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais.

Veteranos Gerald Goldtein, Akiba André Levy, Sr Alexandre Laks, o Autor e Sergio Nislier.

Cel Amauri agradece pela palestra e entrega um Diploma ao Sr Laks.

Tem Rosenthal, Eng Niskier, Sr Laks e o Autor.

Homenagem diante da Chama Etena e Túmulo do Soldado Desconhecido:o Autor, Eng Sergio Niskier, Presidente da FIERJ, General de Divisão Roberto Viana Maciel dos Santos, Diretor de Assuntos Culturais do Exército Brasileiro, e ex-Adido de Defesa em Tel-Aviv, Ten Israel Rosenthal, Presidente do Conselho Deliberativo da ANVFEB e Ten Melchisedec Affonso de Carvalho.

Parte do público presente. Em primeiro plano, Capitão Ignacy Felczak, Capitão Osias Machado da Silva, herói do 1° Grupo de Aviação de Caça, o Senta-a-Pua, Vet Allain Mirabet-Viallon, Presidente da Association Francaise dês Anciens Combattants, do Rio de Janeiro e o Autor.

Veteranos John Mason, Presidente da Royal British Legion no Rio de Janeiro e esposa, Vet Charles van Hombeeck, Presidente da Sociedade Belga de Beneficencia, o Autor e netinho Daniel, de 4 anos, Capitão Ignacy Felczak, Presidente da SPK – Veteranos Poloneses e Ten Melchisedech Affonso de Carvalho, Diretor Cultural da Associação dos Ex-combaténtes do Brasil.

Coroa aposta junto a Chama Eterna: “AO SOLDADO DESCONHECIDO BRASILEIRO E AOS HERÓIS DO LEVANTE DO GUETO DE VARSÓVIA”.

No Auditório do Monumento, o Sr Alexandre Henrik Laks, sobrevivente do holocausto, deu o seu emocionante testemunho. Presentes Eng Sergio Niskier, Presidente da FIERJ, o Autor e o Administrador do Monumento, Coronel de Artilharia Amauri Santos de Oliveira.

Eng Sergio Niskier, General de Divisão Roberto Viana Maciel dos Santos, Vice-Chefe do DEP – Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro, e ex-Adido de Defesa em Tel-Aviv, General João Tranquilo Beraldo, Diretor de Assuntos Culturais do Exército Brasileiro, Tenente Israel Rosenthal e o Sr Alexander Henryk Laks, Presidente da Associação dos Sobreviventes do Holocausto – Rio de Janeiro.

Eng Sergio Niskier, Presidente da FIERJ, traça um paralelo recordando os ex-combaténtes brasileiros da 2ª Guerra Mundial e do Levante do Gueto de Varsóvia, todos lutadores pela mesma causa.

Autoridades presentes formam o dispositivo para abertura da cerimônia.


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